Skatista brasileiro cria rede de lojas e fatura R$ 8 milhões

Cezar Dal Pozzolo é skatista profissional e fundou a rede Matriz Skate Shop, especializada em roupas e acessórios para o esporte

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Mais de oito milhões de brasileiros andam de skate no Brasil, segundo dados do Datafolha. E com tanta gente praticando, empreendedores começam a criar negócios para atender os brasileiros fãs do esporte, criado há cerca de 50 anos nas ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Um dos empreendedores que se destacam no setor é Cezar Dal Pozzolo, o Cezar gordo. Ele criou a gaúcha Matriz Skate Shop, uma rede de lojas especializada em vender vestuários e peças de skate para quem pratica o esporte. Com cerca de 40 profissionais, a marca opera um e-commerce e tem e lojas no Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. “Nosso faturamento é pouco mais de R$ 8 milhões”, diz.

Cezar, 34 anos, tem uma história com o esporte. Começou a praticá-lo ainda criança pelas ruas de Porto Alegre. Na adolescência, virou skatista profissional e competiu em importantes campeonatos pelo mundo. Em 1997, ele ganhou uma câmera dos pais e começou a gravar vídeos de manobras de skate com seus amigos. “Na época, não existia o YouTube e nem as redes sociais. Então, eu fazia filmes caseiros ensinando manobras para vender nos campeonatos de skate e ganhar um dinheiro”, diz.

O primeiro vídeo, chamado de Matriz, fez muito sucesso. Feliz com o resultado, Cezar gravou mais quatro edições. Todas elas, afirma Cezar, fizeram um sucesso estrondoso entre os praticantes do esporte. “Com a procura, eu percebi que o skate, um esporte que sofria muito preconceito e era associado a arruaceiros, estava ganhando adeptos pelo país”, diz. “Eu resolvi empreender na área e faturar uns trocados para poder viajar e comprar meus skates”.

Cezar procurou então seu pai, Marloi Dal Pozzolo, para ajudá-lo na empreitada. “Ele fez o primeiro investimento”, afirma. Em 2001, as portas da primeira loja da Matriz, na Avenida Cristóvão Colombo, em Porto Alegre, foram abertas. “Meu pai viu potencial em mim como empreendedor. Eu não esperava ter chegado onde cheguei”, diz.

Atualmente, além do pai, o empreendedor conta com o apoio de dois sócios na gestão do negócio. São eles: Marcos Cida e Rodrigo “TX” Teixeira. Como Cezar, os dois são skatistas profissionais e reconhecidos internacionalmente. “Nós cuidados de tudo na Matriz, mas temos profissionais de mercado nos auxiliando na gestão”, diz.

Superação
O skate é um setor bilionário atualmente. O esporte é patrocinado por grandes marcas, entre elas a Nike e a Adidas, e tem competições importantes que rodam o mundo, como o  Street League Skateboarding. O Brasil, inclusive, é um celeiro de ídolos mundiais, como Luan de Oliveira, Letícia Buffoni, Klaus Bohm, Sandro Dias, Felipe Gustavo, Bob Burnquist e Pedro Barros. “O país sempre tem nomes brilhantes no esporte. Seguramente, estamos no rol dos melhores do mundo”, diz Cezar.

Apesar do sucesso, o esporte ainda é vítima de preconceito. “São poucas as cidades que têm pistas para a prática do esporte”, diz. “E a falta de estrutura acontece porque muita gente crê que skate é coisa de bandido e drogado”, diz.

O setor, diz Cezar, não encontra só essa barreira. O preconceito inibe que o mercado se desenvolva, ou seja, que empreendedores criem produtos nacionais. “Temos algumas iniciativas, como marcas de roupas e de calçados, fabricantes de peças, entre outros produtos. Mas, se o esporte fosse visto com outro olhar, teríamos um mercado mais forte”, diz.

Por causa da escassez de produtos nacionais, a maioria das peças (rodinhas, trucks e shapes) e dos vestuários que são vendidos no mercado brasileiro são importados, o que encarece a prática do esporte. “Quando a moeda americana valoriza ante o real, somos afetados imediatamente”, diz.

Para não sofrer, Cezar tem uma estratégia similar às lojas de skate americanas: criar uma marca própria. No último ano, ele criou a marca Matriz e confecciona as próprias roupas. “As nossas coleções funcionam bem e vamos aumentar o nosso mix de modelos. É a nossa estratégia para oferecer um preço justo e fomentar a prática do esporte no Brasil”, diz.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

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