A primeira experiência empreendedora do casal Lindolfo e Elza Martin foi inaugurar, em 1978, a Multicasa, uma loja especializada em materiais elétricos e hidráulicos em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Foi lá que o casal percebeu a demanda dos clientes por peças e ferramentas para pequenos reparos e resolveu investir em um modelo que priorizasse o atendimento ao cliente, fugindo do convencional “balcão”.
Eles uniram a conveniência do autosserviço à orientação personalizada aos clientes e deram início à Multicoisas em 1984. Alguns anos depois, em 1990, os proprietários resolveram investir no sistema de franquias, para que as lojas mantivessem o mesmo conceito original em todo o Brasil.
Atualmente, a empresa conta com 200 unidades distribuídas em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal, sendo quatro delas lojas próprias. Na entrevista abaixo, Lindolfo explica um pouco mais sobre como começou e dá dicas para quem quer expandir seus negócios.
Como surgiu a ideia do negócio?
A ideia surgiu quando observamos que os clientes que buscavam produtos de baixo valor, para pequenos reparos, não encontravam nem lojas especializadas nem pessoas bem preparadas para fazer tal atendimento.
O que diferencia o modelo da rede de outras lojas?
A Multicoisas oferece (para seus franqueados) a mesma estrutura de grandes organizações, mas voltada para pequenos e médios negócios, como uma universidade corporativa física, ensino a distância para cerca de 2 mil colaboradores, centros de distribui- ção, sistemas automação e ERP, modelo de negócio formatado, consultoria periódica, vendedores capacitados para orientar os clientes e oferecer conveniência para o dia a dia, economizando o tempo das pessoas.
Quais as principais dicas para quem quer abrir um negócio e obter sucesso?
Para abrir um negócio próprio, é preciso ter paixão pelo projeto independentemente do ganho financeiro. É preciso ser muito resistente, principalmente nos primeiros anos, e ter persistência frente às dificuldades. Uma recomendação é não misturar o caixa da empresa com as contas pessoais. Outra dica é ter quatro componentes na gestão do negócio: a visão da produção, da administração, da inovação e da interação com as pessoas.
E os principais cuidados? No empreendedorismo é errando que se aprende?
Acredito que a resultante entre a coragem de inovar, mesmo com chance de erros, em contrapartida com os acertos, ao longo do tempo acaba sendo positiva.
Na sua opinião, a crise afetou o mercado de varejo de utilidades?
O mercado parou de crescer. A adequação do sortimento para o atual cenário econômico é vital para a busca de resultados, porque as despesas fixas evoluíram. Um novo olhar sobre toda a gestão, sobre os processos, a busca do engajamento das pessoas e o entendimento dos clientes e do mercado como um todo se tornaram mais urgentes.
Qual a orientação para superar este momento difícil da economia?
Minha recomendação é para não ter medo de mudanças. É preciso coragem para inovar, não procrastinar decisões difíceis. A lista ainda inclui: negociar, negociar e negociar. E ainda: trabalhar, trabalhar e trabalhar. O empreendedor não pode perder a esperança de que as sonhadas reformas políticas, tributárias, previdenciárias e trabalhistas ocorram urgentemente, para que o empreendedorismo volte a florescer, oferecendo novas oportunidades de empregos.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios