Empresários registram crescimento de vendas no mercado de usados

Comerciantes de Uberaba aproveitam crise econômica para faturar. Oportunidade é para quem quer vender produtos por preços acessíveis

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A crise econômica tem afetado diretamente o comércio varejista, que perdeu vendas ou teve estabelecimentos fechados desde o início do ano. Em Uberaba, 150 lojas já foram fechadas de janeiro até junho, segundo dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg). No entanto, o problema que tem feito muitos empresários fecharem as portas é visto como solução para aqueles que querem investir no mercado de usados.

A oportunidade é tanto para quem quer comprar mais barato, quanto para quem precisa ganhar dinheiro. Segundo dados da Jucemg, há mais de 20 lojas em Uberaba com o foco comercial nos artigos usados e o movimento tem aumentado.

Foi o que aconteceu com Iriane Silva, dona de um brechó no Bairro Manoel Mendes. Ela vende roupas, calçados e acessórios de segunda linha, ou seja, não tem nada novo e tudo já foi usado. A loja existe há quase três anos e, segundo a proprietária, as vendas cresceram 30% com a chegada da crise.

“Ter roupa de grife na loja ajuda a impulsionar as vendas e chama muito a atenção, pois a cliente paga R$ 70 em um vestido que pode custar cerca de R$ 6 mil. Eu trabalho só com roupas originais e isso atrai as clientes que compram pela qualidade e o preço acessível, já que, com a situação financeira, fica mais difícil comprar coisas caras”, contou a empresária.

A oportunidade também foi percebida por Bruno Melo, proprietário de uma loja de móveis na cidade. “Além de vender produtos novos, eu também compro móveis usados e isso tem contribuído para o meu faturamento, pois muitas pessoas vêm até a loja para vender os móveis que já não são mais úteis. A lei da oferta e da procura me ajuda muito, porque acabo vendendo os produtos por preços mais em conta”, apontou Melo.

O empresário disse que desde a chegada da crise, o movimento na loja não está tão bom. No entanto, o lucro que não é registrado com as vendas dos produtos novos é superado pelo comércio de usados. “Às vezes, a pessoa precisa mais de dinheiro do que de um móvel que está parado em casa, por isso ela vende as peças.Isso gera um crescente movimento”, compartilhou o empresário.

A administradora Marta Costa é uma cliente fiel do comércio de usados. A lista de aquisições inclui carros, sapatos e roupas que já foram usadas por outras pessoas. Para Costa, comprar um produto seminovo faz diferença no bolso. “Eu chego a economizar mais de R$ 500 quando compro algum produto na loja de usados. Desde que o produto esteja em boas condições, não vejo problema algum em adquiri-lo. É bom para o meu bolso e para o comerciante”, contou.

Economia
Segundo a economista Andréa Medina Coeli, é possível economizar comprando apenas artigos usados, mas isso varia de produto para produto. Na hora da compra, de acordo com a especialista, o consumidor deve ficar atento, para não sair no prejuízo.

“Primeiro, deverá ser verificado a origem do produto. Para produtos mais caros, como eletrônicos, celulares, bicicletas, pedir a nota fiscal de produto serve como garantia que não está comprando um produto roubado. Existem na internet vários sites especializados em compra e venda de usados. Antes de indicar dados pessoais na compra, é bom analisar se o site é seguro. No mais, os mesmos procedimentos de produtos novos. Verificar o funcionamento, prazos de validade, se o vendedor fornece garantia, mesmo que por prazo menor e guardar os dados do vendedor”, explicou a economista.

Fonte: G1

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