Varejo aposta no Dia das Mães para manter recuperação

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Depois de dois anos seguidos de retração, o varejo já experimenta aumento nas vendas e entidades do setor fazem projeções otimistas para o dia das Mães — que é segunda data mais importante para o comércio, só perdendo para o Natal —, para manter os negócios em trajetória ascendente. A Confederação Nacional do Comércio (CNC), por exemplo, estima alta de 3,8% nas vendas do dia das Mães este ano, depois da queda de 8,3%em 2016. Para o SPC Brasil e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), a data pode movimentar até R$ 14 bilhões, depois que pesquisas revelaram que sete em cada dez brasileiros manifestaram intenção de fazer pelo menos uma compra na ocasião.

Outra sondagem, realizada pela plataforma de e-commerce Mercado Livre, revela que a maioria dos presentes (69%) será paga de forma parcelada. Segundo a Ebit, empresa especializada em varejo eletrônico, a data deve movimentar R$ 1,73 bilhão apenas em compras online, o que representará alta de 7% sobre o faturamento na date em 2016.

— Há alguns sinais de que o varejo deve iniciar uma trajetória lenta de recuperação já a partir deste semestre. O Dia das Mães servirá de termômetro para confirmar, ou não, essa expectativa — disse Honório Pinheiro, presidente da CNDL.

Para o dirigente, apesar de os números já darem sinais de uma reação na demanda, o consumidor ainda está cauteloso. De acordo com a pesquisa da entidade, feita em parceria com o SPC Brasil, somente 10% dos entrevistados disseram que têm a intenção de desembolsar mais com os presentes na comparação com o gasto do ano passado. A maior parte (38%) planeja gastar a mesma quantia que em 2016, enquanto 27% pensam em diminuir.

A pesquisa do Mercado Livre vai na mesma direção, revelando um viés ainda mais cauteloso. Pelo levantamento caiu de 69% para 57% a fatia de filhos que querem gastar até R$ 250 com presente. Entre os que pretendem desembolsar até R$ 500, a fatia de 19% deste ano repetiu a do ano passado.

— De modo geral, o brasileiro está cauteloso, mas disposto a não deixar a data passar em branco — resumiu Pinheiro da CNDL.

Os motivos apontados pelos consumidores para diminuir, ou manter o gasto com o presente, de acordo com a pesquisa da CNDL e do SPC, são: necessidade de economizar (46%), dificuldades financeiras (29%), o cenário econômico instável e aumento da inflação (23%) e o endividamento (14%). Dentre a minoria, que pretende aumentar os gastos com presentes, o desejo de comprar um produto melhor (43%) e o encarecimento dos presentes (40%) são os fatores mais mencionados.

Não à toa, o pagamento da maioria dos presentes deste ano será parcelada (69%, contra 44% do ano passado), segundo aponta a pesquisa do Mercado Livre. As formas de pagamento preferidas são: cartão de crédito (46%) e boleto bancário (31%).

E é justamente a preocupação maior com o preço que está elevando a intenção de compra pela internet, justifica Pedro Guasti, presidente da Ebit. Ele também pontua que “não ter que ficar longas horas procurando o presente ideal no comércio tradicional é outro atrativo” do e-commerce.

— A internet é o meio mais democrático para o brasileiro pesquisar e comprar o produto que melhor atenda às suas expectativas de consumo — acrescentou Cristina Farjallat, diretora de Marketplace do Mercado Livre no Brasil.

OS QUERIDINHOS

De acordo com o SPC e a CNDL, os produtos mais procurados serão as roupas (26%), perfumes (20%), calçados (11%), cosméticos (8%) e flores ou chocolates (7%). Produtos com ticket médio mais elevado, como eletrodomésticos e smartphones, tiveram apenas 5% e 3%, respetivamente, das preferências. Quanto aos locais de compras, os shopping centers são os destaques, com preferência de mais de um quarto (25%) dos entrevistados. As lojas de rua (20%), lojas de departamento (7%), shopping populares (7%) e revendedores de cosméticos (4%) completam a lista.

Somente 3% vão usar a internet para comprar o presente das mães e 24% ainda não se decidiram sobre onde realizar as compras. Para escolher o local, os fatores mais decisivos são o preço (61%), a qualidade dos produtos ofertados (38%) e as promoções e descontos (32%).

Fonte: O Globo

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