Empreendedora conta como criou bike para vender sapatos

Após muitos “nãos”, Teruko Kato decidiu vender seus sapatinhos de crochê numa bike na avenida Paulista (SP); o negócio virou sustento e paixão

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Se eu soubesse que era tão bom vender na rua e fazer o que eu amo, já teria me aventurado nisso há muito mais tempo. Há dois anos e meio decidi dar um rumo diferente para a minha vida ao tentar vender um produto que eu mesma fazia: sapatinhos de crochê para bebês.

Comecei pelo caminho que muitos tentam, revender para lojas. Procurei várias lojas de shopping que vendiam artigos para bebês, mas a maioria não se interessava e, quando gostavam, queriam pagar um preço muito baixo, que não me permitiria ter lucro. Aprendi que o artesanato não é bem aceito em lojas comerciais. Mas eu tinha tanta paixão pelo que fazia e decidi que não ia encarar os ‘nãos’ como um ponto final. Como na época eu também vendia bijuterias, decidi colocar alguns sapatinhos na bolsa e tentar vender também.

Conclusão: voltei para casa com todos vendidos. Foi aí que abandonei as bijuterias ao perceber que os sapatinhos tinham mais saída por serem exclusivos e inéditos. Foi assim que a Barbarela Bike Loja ganhou vida. Todos os dias coloco os sapatinhos dentro de um caixa acoplada à minha bicicleta e vou para a Avenida Paulista vender. São 30 modelos de sapatos de crochê. Fico das 12h às 15h passando pela avenida e arredores, e vendo, em média, dez sapatinhos por dia.

No começo foi bem difícil. Eu tinha vergonha porque eu já tive loja em shopping e a imagem que a gente tinha do vendedor de rua não era boa. Tive primeiro que superar o orgulho. Mas sempre achei que dando um bom atendimento, com educação, é possível se diferenciar e ter sucesso. Para adequar o produto à minha clientela, recebi dicas valiosas na consultoria do Sebrae-SP, sobre como atender bem o cliente, como expor o produto na bicicleta, sobre a embalagem ideal e como administrar as finanças.

Hoje, além dos clientes da Paulista, vem gente de todo canto e até de fora do Brasil para comprar meu produto. Com esse negócio, descobri que é possível vencer naquilo em que se acredita, trabalhar com amor, receber o valor justo e ter orgulho do que faço. Hoje crio minhas duas filhas, sozinha, só com o fruto do meu trabalho, que se tornou a minha paixão.

Satisfação
Voltar para a casa com a caixa vazia, com todos os sapatinhos vendidos, e muitas encomendas é uma satisfação enorme. Transformar clientes em amigos também. Que alegria quando eles trazem a foto de seus filhos usando os meus sapatinhos. Sim, eles geralmente voltam!

No fim de cada dia recomeço a produção de novos pares para enfeitar os pés de lindos bebês. Afinal, amanhã é outro dia e lá vou eu com a minha bike vender amor e ser feliz.”

Fonte: PEGN 

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