Varejo do Brasil despenca 1,9% em março, pior resultado em 14 anos

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O varejo do Brasil registrou em março a maior queda em 14 anos, muito pior que o esperado e pressionado pela perda acentuada nas vendas do setor de supermercados em meio ao cenário de desemprego alto, mais um sinal de que a atividade econômica tem sofrido para mostrar recuperação mais consistente.

As vendas no varejo do país recuaram 1,9% em março sobre fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, pior resultado mensal desde março de 2003 (-2,5%). Na comparação com mesmo período do ano passado, a queda foi de 4%, completando dois anos de perdas contínuas nesta comparação. Com isso, o comércio varejista acumulou queda de 3,0 por cento no primeiro trimestre de 2017, quando comparado com o mesmo período de 2016, e de 5,3% nos últimos 12 meses.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de queda de 0,6 por cento na comparação mensal e de recuo de 1,8 por cento sobre um ano antes.
“A conjuntura ecônomica justifica esse momento do comércio”, resumiu o economista e diretor do IBGE, Roberto Olinto.

O IBGE apontou que o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem peso importante no consumo das famílias, acelerou a queda a 6,2%em março, ante 1,7% em fevereiro.

O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, recuou 2%, refletindo o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou queda de 0,1% no volume de vendas ante fevereiro.

Mesmo com a inflação em trajetória de queda e a redução na taxa de juros promovida pelo Banco Central, o consumo ainda vem sofrendo muito com o desemprego alto, com mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho no final do primeiro trimestre. No mês passado, o IBGE divulgou que atualizou as ponderações dos setores e passou a usar 2014 como base para a pesquisa, contra 2011 anteriormente.

Média móvel trimestral

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito subiu 0,7% em março, segundo o IBGE. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas teve alta de 0,5% em março.

Revisões

O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em fevereiro ante janeiro, de um recuo de 0,2% para queda de 1,6%. A taxa de janeiro ante dezembro de 2016 também foi revi, de alta de 5,5% para avanço de 6,0%, e a de dezembro em relação a novembro do ano passado saiu de -2,0% para -1,7%.No varejo ampliado, também houve revisão no resultado de fevereiro ante janeiro, que saiu de alta de 1,4% para aumento de 0,6%. A taxa de janeiro ante dezembro de 2016 passou de 2,8% para 3,1%.

Fonte: Época Negócios

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