Ainda que recuperação continue lenta, os indicadores do comércio varejista apontam para um aumento das vendas após o início dos saques das contas inativas do FGTS. Lojistas e analistas ouvidos pelo G1 ressalvam, entretanto, que ainda há dúvidas sobre o ritmo de retomada e que continua tímido o impacto desse dinheiro extra que está entrando na economia brasileira no consumo das famílias.
Segundo a Serasa Experian, a atividade do comércio cresceu 0,6% em março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, entretanto, o movimento caiu 1,9%.
A Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, informou que as categorias que tiveram mais compras em março foram celulares, televisores e móveis. Considerando apenas a operação de lojas físicas, a receita da Via Varejo subiu 2,5% no 1º trimestre sobre um ano antes comparando apenas lojas que já estavam abertas (mesmas lojas).
Nos supermercados, as vendas reais (descontada a inflação) subiram 4,49% em março na comparação com fevereiro, mas no 1º trimestre ainda houve queda acumulada de 1,4% na comparação anual, segundo a associação que representa o setor, Abras.
Para o economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi, a alta das vendas em março se deve mais à queda da inflação e das taxas de juros, e à melhora dos níveis de confiança do consumidor. “Como os saques do FGTS somente iniciaram em 10 de março e ainda são escalonados segundo o mês de nascimento, não se notou impacto significativo na quitação das dívidas ainda, quanto menos no varejo”, avalia.
A segunda fase dos saques das contas inativas do FGTS, que começou no dia 8 de abril, terá o maior volume previsto de saques. De todos os trabalhadores que podem retirar o benefício, 26% estão no lote de abril. E a maioria dos saques disponíveis já foram feitos, segundo a Caixa. Desde o dia 10 de março, cerca de 15,1 bilhões dos R$ 18,1 bilhões previstos já foram sacados. Até julho, a estimativa é que o valor possa chegar a R$ 43 bilhões.
Fonte: G1