Um estudante de direito de São João da Boa Vista (SP) resolveu investir cerca de R$ 3 mil em mercadorias como capas de celular, carregadores, óculos de sol, cartão de memória e produtos que vão de R$ 10 até R$ 40 de uma maneira diferente.
Ele realizou um “teste de honestidade” e deixou os produtos à mostra, sem nenhum vendedor ou câmera por perto, na entrada da faculdade. Como resultado, descobriu que é possível confiar nos compradores e lucrar com a iniciativa.
“Um dos princípios do direito é a ética, nós devemos ter uma conduta honesta e é isso que se espera de um estudante de direito”, explicou Adriano Sabino Barbosa. “Foi um teste”, completou.
Confiança
“A princípio, a gente achou que não iria dar certo, mas com o tempo percebemos que a lojinha foi ganhando popularidade na faculdade e que as pessoas foram comprando e colocando dinheiro”, afirmou a estudante Isabella Dragonetti.
Desde que a loja foi criada, em maio deste ano, ninguém deixou de pagar. Todos os clientes escolhem os produtos e fazem como o estudante Leonel Alves: deixam o dinheiro na caixa ou depositam diretamente na conta bancária de Adriano. Um papel colado na parede informa o banco e a agência.
“Já comprei várias coisas aqui, fone de ouvido, carregador, e hoje um suporte para televisão. A gente vive sempre em uma rotina acelerada e chegar, escolher seu produto e pagar de forma rápida é muito prático”, contou o estudante
O controle
das vendas é feito diariamente. Adriano tira uma foto do mostruário e vê o que foi vendido no dia. Também confere a lista que deixa no local para os clientes fazerem encomendas. Nesses meses, teve um faturamento de R$ 1,2 mil.
“A honestidade é vislumbrada nessa relação no que diz respeito à competência atitudinal ética e o princípio da boa fé também é esperado na relação no que diz respeito à matéria propriamente do direito civil, que rege a teoria geral dos contratos. Isso não deixa de ser um contrato”, avaliou o professor de direito Fabrício Nicola.
Fonte: G1