Estudante de direito cria loja sem vendedor para testar honestidade

Estabelecimento foi instalado em faculdade de São João da Boa Vista. Em três meses, nenhum cliente deixou de pagar pelas mercadorias

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Um estudante de direito de São João da Boa Vista (SP) resolveu investir cerca de R$ 3 mil em mercadorias como capas de celular, carregadores, óculos de sol, cartão de memória e produtos que vão de R$ 10 até R$ 40 de uma maneira diferente.

Ele realizou um “teste de honestidade” e deixou os produtos à mostra, sem nenhum vendedor ou câmera por perto, na entrada da faculdade. Como resultado, descobriu que é possível confiar nos compradores e lucrar com a iniciativa.

“Um dos princípios do direito é a ética, nós devemos ter uma conduta honesta e é isso que se espera de um estudante de direito”, explicou Adriano Sabino Barbosa. “Foi um teste”, completou.

Confiança
“A princípio, a gente achou que não iria dar certo, mas com o tempo percebemos que a lojinha foi ganhando popularidade na faculdade e que as pessoas foram comprando e colocando dinheiro”, afirmou a estudante Isabella Dragonetti.

Honestidade São João da Boa Vista (Foto: Reprodução EPTV)
Nenhum comprador deixou de pagar os produtos, segundo empresário (Foto: Éder Ribeiro/EPTV)

Desde que a loja foi criada, em maio deste ano, ninguém deixou de pagar. Todos os clientes escolhem os produtos e fazem como o estudante Leonel Alves: deixam o dinheiro na caixa ou depositam diretamente na conta bancária de Adriano. Um papel colado na parede informa o banco e a agência.

“Já comprei várias coisas aqui, fone de ouvido, carregador, e hoje um suporte para televisão. A gente vive sempre em uma rotina acelerada e chegar, escolher seu produto e pagar de forma rápida é muito prático”, contou o estudante

O controle

Dono investiu cerca de R$3 mil e já teve lucro de R$1.200 (Foto: Reprodução EPTV)
Dono investiu cerca de R$ 3 mil e já teve retorno de R$ 1,2 mil (Foto: Éder Ribeiro/EPTV)

das vendas é feito diariamente. Adriano tira uma foto do mostruário e vê o que foi vendido no dia. Também confere a lista que deixa no local para os clientes fazerem encomendas. Nesses meses, teve um faturamento de R$ 1,2 mil.

“A honestidade é vislumbrada nessa relação no que diz respeito à competência atitudinal ética e o princípio da boa fé também é esperado na relação no que diz respeito à matéria propriamente do direito civil, que rege a teoria geral dos contratos. Isso não deixa de ser um contrato”, avaliou o professor de direito Fabrício Nicola.

Fonte: G1

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