Collision 2021: Vendas em vídeos funcionam como entretenimento

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Fazer vendas enquanto entretém o cliente. O conceito é explicado pelo termo Shopatainment, uma união das palavras shopping e entertainment (entretenimento, em português). Os exemplos mais claros são as lives dentro de lojas, em que os vendedores mostram os produtos enquanto os consumidores assistem e, é claro, fazem compras.

O tema foi discutido na edição virtual do Collision, em painel realizado nesta quarta-feira (21/04). A investidora Connie Chan, do Andreessen Horowitz, e Grant Lafontaine, CEO do Whatnot, deram seus pontos sobre se esse é realmente o futuro do comércio. A mediação foi de Tomio Geron, Protocol.

Chan explica que o live shopping é algo que vai além do ato de comprar pela internet. “Eu acredito que comprar por vídeos é uma experiência melhor do que por fotos. Se me mostrarem três ou quatro fotos, eu não recebo tantas informações quanto assistindo um vídeo ao vivo”, diz a investidora, já que não é possível ver detalhes do item ou fazer perguntas em tempo real para os vendedores. E isso, ela acredita, também tem relação com a maneira que nos comunicamos nas redes sociais — e que é algo que deve ser tendência ao redor do mundo.

“À medida que nos acostumamos com vídeos pequenos em nossos celulares, é muito natural a ideia de live shoppings.”

Fundador de um marketplace de objetos colecionáveis, Lafontaine também se beneficiou muito do sistema de vendas em lives — em que qualquer pessoa pode usar a plataforma para vender em vídeos. O empreendedor era vendedor desses produtos no Ebay, mas sentia a necessidade de algo que promovesse mais interação com os consumidores, em que fosse possível criar uma conexão.

Os vídeos ao vivo trazem essa possibilidade. “Nós construímos a experiência e as pessoas amam”, afirma. “Eles fazem amizades e constroem relacionamentos fortes. É mais do que comprar.”

Complementando, Chan fala de suas experiências de quando faz uma compra durante uma live e as pessoas interagem com ela, parabenizando-a pelo produto adquirido. Além disso, a investidora diz que, enquanto assiste lives de produtos colecionáveis, por exemplo, ela pode aprender mais sobre o assunto.

Ela cita a China como um país que usa bastante o método. “Vídeos estão sendo usados para vender tudo. Maquiagens, frutas, papel-higiênico e carnes. Simplesmente porque vídeos são melhores para isso, e você pode pensar na efetividade de comerciais na televisão, por exemplo. É porque o vídeo permite que se crie uma história com música e cenário. Eles criam um ambiente diferente.”

Um outro exemplo de como o vídeo incentiva compras é o “unboxing”, feito constantemente por influenciadores digitais. A tática consiste em desembrulhar novos produtos — enquanto filma e mostra para os seus seguidores. No entanto, os vendedores não precisam ter a personalidade de um influenciador digital para se dar bem. Mais importante é conhecer o produto.

“O que faz um vendedor se dar bem não é ter a personalidade de um famoso no Instagram ou TikTok. Os influenciadores podem se tornar vendedores, mas não é necessariamente uma transição óbvia. Isso tem muito a ver com a confiança construída com a audiência”, diz Chan.

Fonte: https://minutodiario.com.br/entretenimento/collision-2021-vendas-em-videos-funcionam-como-entretenimento/

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